Salvador, 1996, contava 17 anos e já há quase três que eu sentia a minha vida como um jogo de videogame que travou em uma fase e tudo que você quer é apertar o botão "reset" para começar de novo.
Não me entendam mal. Amo meus pais, amo todos meus amigos de infância e só tenho boas lembranças da minha terra, mas faltava algo em mim e eu queria um lugar novo para poder me reconstruir.
Dois anos antes, a oportunidade havia surgido. Tios nos visitaram e lançaram um convite para, assim que eu terminasse o Ensino Médio, ir passar um tempo na casa deles em São Paulo a fim de prestar vestibular e ver como me sairia.
Agarrei a oportunidade e no feriado da Proclamação da República de 1996, embarcava para uma nova fase da minha vida.
Passei no vestibular e vivi os próximos 11 anos na terra da garoa.
Sim. Me reconstruí. Passei por momentos inesquecíveis: tanto bons quanto ruins. Morei em 7 endereços diferentes. Conheci pessoas incríveis e aprendi muito com elas.
Com o tempo, não só me "adaptei" à cidade, eu me "conectei" com ela. Como se eu houvesse nascido para viver naquele gigantesco caldeirão de culturas.
Moral da história: grandes mudanças quase nunca são fáceis e raramente o levam para um mar de rosas, mas costumam arremessá-lo em uma fantástica jornada de crescimento.
Grande abraço,
Caju.