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Como Amar Matemática e Física.

Atualizado: 1 de set. de 2020

"Admiramos o mundo através do que amamos". - Alphonse de Lamartine (poeta francês)
 

"Odeio física."

"Nunca vou entender matemática."

"Sou uma negação em exatas."

Já escutei muito essas frases (e muitas outras) de meus alunos. Frases que parecem dizer que a matemática e a física são coisas praticamente incompreensíveis para "meros mortais".

Endeusando todos aqueles (seres humanos como você e eu) que foram capazes de "dominar" essas pobres criaturas incompreendidas: as famigeradas ciências exatas.

Eu mesmo já disse muito essas coisas quando era aluno do Ensino Fundamenal (1o Grau na minha época).

Aí você me pergunta já contrariado: "Como se muda isso? Mas como posso amar matemática e física?!? É impossível!".

E eu respondo: "Sim! É possível! Basta conhecê-las de verdade! Compreendê-las!"


 

Como eu fiz!


Quer saber como eu comecei a amar a matemática, a física e a admirar o mundo através dessas ciências?

Foi na 8a série (8o Ano hoje em dia). Eu estava quase indo para a recuperação (progressão parcial hoje) de matemática com a temida (e fantástica) professora chamada Abuchacra.

A culpa de minhas notas baixas não era dela. Ela ensinava muito bem. Queria de verdade que seus alunos aprendessem. A culpa era minha! Porque eu ainda tinha na minha cabeça que a matemática era impossível de entender. O assunto era funções trigonométricas.

Minha mãe me colocou para fazer aula particular ("aula de banca" como se chamava lá em Salvador) de matemática.

A professora (que também era fenomenal) me explicou mais uma vez o conteúdo (ainda parecia grego para mim) e fez um exercício comigo e me passou mais alguns para eu fazer sozinho.

Claro que travei nos primeiros. Pedi ajuda. Ela me passou outros. Acertei um. Autoconfiança deu uma crescida. Errei o seguinte. Travei no terceiro.

Voltei a desanimar. Mas eu não tinha escolha. Ou aprendia aquilo ou ia ficar de recuperação. Ficar sem férias (recuperação era nas férias na minha época). Talvez até repetir de ano. Ia ficar distante de meus colegas da escola. Eu era muito tímido. Difícil de fazer amigos. Aquilo era o fim do mundo para mim.

Reanimei. Pedi ajuda para a professora. Ela me mostrou onde errei e o porquê de eu ter errado e aquilo fez sentido. A ficha começou a cair.

Refiz o terceiro e acertei. Acertei o quarto. Errei o quinto, mas já não me desanimei. Sabia que eu pediria ajuda, a professora de banca me ajudaria e eu aprenderia mais. Depois de mais alguns acertos e alguns erros corrigidos, a principal ficha caiu: a matemática não é um monstro de 7 cabeças... eu consigo compreendê-la... eu consigo vê-la por trás da máscara bizarra que eu mesmo havia colocado nela. E pensei: "física deve ser a mesma coisa".

E assim foi. Bastou eu olhar a física como ela era de verdade. Perceber que qualquer um pode compreendê-la e a "assustadora" ciência da natureza começou a fazer sentido... as peças se encaixavam todas. Se não via encaixe, perguntava ao professor e ele me mostrava onde encaixava e como encaixava.

 

Nova Visão


Comecei a ver matemática e física não apenas no mundo ao meu redor (video game, brincadeiras de corrida, jogos de futebol com os amigos, pular o muro do prédio para jogar futebol no prédio vizinho, TV, geladeira de casa...), mas em todo o universo (nascer e pôr do sol, lua nova, lua cheia...) e passei a admirar ainda mais tudo que existe. Ver a ordem onde havia aparente caos.

Não sei tudo... não entendo tudo. Nunca entenderei tudo pois precisaria de várias vidas para isso. Mas sei que posso entender tudo (ou praticamente tudo) que eu quiser. Basta ler, pesquisar, tentar entender, colocar em prática... se der errado voltar e ler de novo, ver o que está errado ou pedir ajuda aos que têm mais conhecimento sobre o tema... e tentar de novo até fazer sentido... até comprovar de forma científica. Até as peças se encaixarem.

É como um quebra-cabeça. Você tenta um peça aqui... outra ali onde faz mais sentido... aí uma encaixa... outra não encaixa... tenta mudar a peça de posição... tenta outra peça... você começa perceber um padrão que te ajuda a achar com menos dificuldade o encaixe de algumas das peças restantes até que um quebra cabeça se monta. Aí há outros quebra-cabeças... mas já são menos complicados do que seriam porque você evoluiu. E assim vai montando um por um e aumentando seu conhecimento do universo. Passa a compreendê-lo mais, conseqüentemente a amá-lo mais e, por fim, a admirá-lo mais.


 

Desafio!


Então me diga... qual quebra-cabeça de exatas irá começar a montar hoje?

Esse é meu desafio para você! Escolha um e comece.

Pois é assim que você vai passar a amar matemática, física e qualquer outra coisa (por mais difícil que pareça) que você queira compreender.

Bons estudos! Professor Caju.

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